Volta ao Mundo por Pedro Guerra – Dias 12 a 15 – Polónia, Varsóvia 🇵🇱 Hungria, Budapeste 🇭🇺
Parte II
Aterro em Varsóvia, Polónia. Mais um país, o sétimo. Mais uma cidade, a capital. Varsóvia é um livro de história ao ar livre. A cada rua, a cada esquina. É um exemplo de resiliência. De renascimento, ou não tivesse sido totalmente destruída pelos nazis durante a segunda guerra mundial. Reergueu-se! É uma cidade que chega a ser perturbadora, se nos deixarmos imbuir pela sua história. Uma história pintada a vermelho. Vermelho de sangue.
Chego ao hotel pela manhã. Escolhi ficar no centro. Vigésimo terceiro andar. Vista privilegiada sobre a cidade. Abro a janela. Respiro a cidade. Identifico contrastes arquitetônicos. Sinais dos tempos. Ao fundo e à esquerda avisto a cidade antiga, Stare Miasto. Em frente sobressai o edifício mais alto da Polónia, o palace of culture and science. Símbolo da presença soviética na cidade, não reúne a simpatia de todos, especialmente dos mais antigos.
Despejo a mochila para cima do edredão branco da cama. Vício antigo. O contraste do branco facilita-me a visão. Selecciono apenas o necessário. Menos é mais, em especial quando se vai palmilhar uma cidade inteira. Entro no elevador. Olho me ao espelho. São 23 andares, tenho tempo. “Esta cara já viu melhores dias”, tomo nota.
O sol brilha por entre nuvens em castelo. Os meus pés multiplicam passos a compasso. Os meus olhos movem-se por estímulos. Ora para a esquerda, ora para a direita. Cruzo avenidas, largas por sinal. Espero o verde dos semáforos. Avanço nas passadeiras. Sinto os cheiros enquanto percorro os jardins do parque Lazienki. Arrepio-me a observar o Jewish Ghetto Memorial, ou o monumento do Warsaw Uprising Fighters. Alegro-me com as fachadas coloridas da praça do mercado na Old Town. Curvo-me no museu de Fryderyk Chopin. Ah e claro, delicio-me com alguns dos pratos típicos (e calóricos diga-se!) da cozinha polaca: Pierogi (polish dumplings) e uma sopa maravilhosa, Rosót, feita com repolho, salsa, galinha, sal, pimenta, entre outros.
Hora de seguir viagem. 2 dias e 26 km a pé depois.
Passos que dou. Memórias que ficam.
Aeroporto e mais uma matinal na bagagem. Horas de sono que me faltam. Olhos que não mentem. Olho para o mapa. Venho a descer desde a Finlândia. Continuemos então. Próximo destino: Hungria!
Qual foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando aterrei?! O meu nome é Peste, Budapeste. Nunca o trocadilho de nome, eternizado por James Bond, fez tanto sentido numa cidade.
A oeste e do lado direito, Buda. Do lado leste e à esquerda, Peste. Duas margens, um rio, uma cidade: Budapeste!
De um lado colinas verdejantes. A cidadela no topo. O castelo do Buda. A igreja Matias e o bastião dos pescadores. Buda, incrivelmente charmosa, tranquila, requintada.
Do outro lado o parlamento. A basílica de São Estêvão. A praça dos Heróis. A grande sinagoga. O mercado central de Budapeste. Os bares e hotéis. Peste, indubitavelmente mais cosmopolita, sofisticada, acalorada.
No meio e para completar a pintura o célebre rio Danúbio, que atravessa a Europa e divide a cidade ao meio. Oito pontes, sendo a Chain bridge a mais antiga e famosa. A Margaret island, o pulmão da cidade.
Desde Helsínquia na Finlândia, foi “só e apenas” a cidade da qual mais gostei! 🔥
Passos que dei. Memórias que gravei.
8 países. 15 dias. Aproxima-se o último destino “europeu”. Com o nono país terminarei a primeira grande etapa desta terceira volta ao mundo. Onde a Europa encontra a Ásia?! Desta vez, demasiado fácil para merecer advinha.
Próximo e último país “Europeu”: Turquia!🇹🇷