Ilhas Faroe – O segredo mais bem guardado da Europa – Parte II

Pedro Guerra / Atualizado a
Ilhas Faroe

Acordo.

Arregalo os olhos. Está escuro lá fora. “Que horas são?” Questiono. O relógio marca 7:30am. O sol só se mostra dentro de duas horas e meia. “Aqui não há motivos para não contemplar o momento”. Sento-me na cama. Abro o laptop. Divido o ecrã ao meio. À esquerda o mapa do arquipélago. À direita uma lista dos locais que quero explorar. Esboço uma rota. É uma linha orientadora, não é plano rígido. Cruzo variáveis: tempo, eficiência do trajeto, horas de luz solar, locais a pernoitar, custo. 10 minutos e já está. Total consenso, ou não estivesse a viajar sozinho.

Visto-me. Corrijo. Visto-me como quem sabia ao que vinha. Tomo o pequeno almoço. Faço o checkout. Apanho as chaves do meu carro na receção. Sento-me. Ajusto os espelhos. Ponho os bancos a aquecer. Os vidros a descongelar. Ignição. As rodas já rolam. Rolam cautelosas. Estradas brancas. Placas de gelo. Curva, contracurva. Sobe. Desce. Sinuosas. Todo o cuidado é pouco. Desfruto do risco.

Ilhas Faroe

Túnel. O primeiro de muitos. Ora compridos. Ora curtos. Ora perfurando montanhas. Ora submersos. Um por um vou ligando ilhas. Vagar. Stremoy. Eysturoy. Kunoy. Bordoy. Vidoy. Percorro uma a uma. De norte a sul. De este a oeste.

Ilhas Faroe

Túnel. Outro. Ligações inesperadas. Metafóricas até. Sei por onde entro, desconheço por onde saio. Do conhecido para o desconhecido. Da realidade para o imaginário. O que vem aí desta vez? Entro com chuva. Saio com neve. Entro ainda o sol brilha. Saio já a lua domina. Túneis que as ligam. Às ilhas. Túneis que me ligam. A mim. Caminho solitário. Encontros silenciosos. Quedas de água. Cumes pontiagudos. Igrejas idílicas capazes de converter até os não crentes. Aldeias com casas tipo bibelôs. Estradas que só podiam passar por ali. Cavalos selvagens. Ovelhas típicas. Trilhas desafiantes. Paisagens asfixiantes. Percorro alternado. Ora a pé. Ora de carro. Percorro desenfreado. Ora seco. Ora molhado.

Túneis que me ligaram. Obrigado. Faroé.

Fim.

Gostaria de experienciar uma aventura semelhante?

Voos: Lisboa – Copenhaga (Dinamarca) – Vagar (Ilhas Faroe) – Lisboa