Bonecos de Estremoz são Património Cultural Imaterial

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Enquanto forma de arte popular, o artesanato é uma tradição com mais três séculos. Quando se trata de cerâmica, rapidamente nos lembramos dos bonecos de barro que costumam recriar personagens típicas de cada região, com ou sem sátira social. É o caso do “Zé Povinho”, uma das criações mais famosas de Rafael Bordalo Pinheiro, ou dos “Bonecos de Estremoz” que há alguns meses foram classificados Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Para entender um pouco melhor sobre a origem deste património ligado ao mundo rural alentejano e à devoção espiritual do povo, Hugo Guerreiro – Diretor do Museu Municipal de Estremoz, explica:

O boneco de Estremoz tem um cariz popular. As pessoas não tinham dinheiro para uma imagem de madeira, então tinham uma de barro. Mesmo em ermidas e igrejas, se não havia dinheiro para uma Santa Luzia espampanante, barroca, arranjava-se uma santa de barro. Era a proteção dos pobres.

Hugo Guerreiro – Diretor do Museu Municipal de Estremoz
Bonecos de Estremoz

Atualmente, são mais de cem as personagens criadas pelos artesãos do concelho, mas é curioso saber que a produção continua a acontecer segundo técnicas com origem no século XVII.

Mais do que uma forma de preservar o que é nacional e de homenagear quem continua a dar vida aos “Bonecos de Estremoz”, a classificação da UNESCO torna-se ainda mais especial por este ser o primeiro figurado do mundo a receber tamanha distinção.

Uma inspiração para conhecer um pouco melhor a cidade de Estremoz, onde as casas caiadas se destacam em pleno panorama alentejano e o branco é o tom predominante ou não fosse uma zona de extração e exploração de mármore branco. Entre o castelo e a antiga cidadela protegida por muralhas medievais, as praças, museus e igrejas, gentes autênticas e uma gastronomia de “bradar aos céus”, convidamo-lo a visitar Estremoz.

Bonecos de Estremoz